o tempo não tem uma só unidade. pode ser medido em escalas diversas. conforme o sabor das emoções. um segundo pode durar toda a eternidade. e os anos podem voar sem que te dês conta. há uma ano aprendi a contar o tempo em semanas. primeiro curtas e preenchidas. depois lentas e vagarosas. cada vez mais pesadas com o avançar do calendário. os dias pareciam arrastar-se e tudo o que mais queria era que o tempo se despachasse. que me mostrasse o futuro - como se saltasse as páginas do livro na ânsia de chegar ao final. o tempo foi meu amigo e deu-me uma hora pequenina, como tu, que parecias escorregar-me dos dedos quando te abracei pela primeira vez. vieste cheia de pressa. com um desassossego próprio de quem tem toda a vida pela frente. tanta coisa para viver e pouco tempo para perder. mas para mim o tempo parou. a minha vida-sem-ti ficou congelada noutro fuso horário. num planeta distante que é difícil recordar. cinco meses passaram desde aquele pequeno instante em que o meu tempo ganhou uma nova escala. inesperadamente a vida passou a ser medida em horas de colo e de abraços apertados. em dúvidas e medos, abafados por sorrisos encantados e gargalhadas cúmplices. os dias são longos mas igualmente velozes. todas as horas são embrulhadas em papel-de-memória. como quem quer guardar, para todo o sempre, cada detalhe deste tempo que quero medir para sempre, apenas e só, em forma de amor.
e tu, como medes o teu tempo?
Tenho saudades*
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