#19.3


(dos balanços)

Janeiro é mês de balanços. De olhar para os planos com que me comprometi no inicio do ano passado. Mas este Dezembro, quando me decidi a avaliar o avaliar o desvio do rota, percebi que a minha última lista se perdeu no meio do caos em que se tornou o último ano. Lembro-me que tinha metas simples, pouco exigentes, até um pouco vagas. Mas já um esboço daquilo em que o 2018 se tornou: o ano em que me lembrei de mim. Lembro-me de não ter bem ideia do que queria mudar, mas saber - sentir! - que era preciso, antes de mais, que eu mudasse! E foi assim que 2018 se tornou o ano em que, lentamente, fui pondo o resto do mundo em segundo plano. E fui arriscando guiar-me mais pelo que sinto, mesmo que não faça sentido a mais ninguém. Fui acreditando que afinal vou muito a tempo de parar tudo e mudar de rumo. Em 2018 descobri que conhecia muito pouco de mim. E que gosto muito mais deste novo eu. Que acredita que o passado não tem de limitar todo o futuro. Talvez tenha demorado demasiados anos a percebe-lo. Ou talvez tenha sido exactamente o tempo necessário. Passei toda a vida com dúvidas sobre o que queria. Muito por viver presa ao que deveria ser, aos olhos dos outros. Por querer agradar a todos, sem perceber que assim nunca iria cumprir com os meus próprios sonhos. Foi um ano em que o tempo se arrastou, sem pressas, como que a querer dar-me a oportunidade de perceber cada detalhe. Cada pista. E cheguei a Dezembro com a sensação de ter ouvido cada sinal, e aproveitado cada teste, como quem procura avidamente confirmar o que o coração já não esconde. Fechar 2018 é sinónimo de saber exactamente quem quero ser. Ou onde quero chegar. E por onde quero ir. Cá dentro há um misto de paz e urgência. Por saber finalmente que é por aqui, mas não querer perder mais tempo nos desvios. Nos caminhos sem saída que já não levam a lado algum. Há que gerir a urgência da alma com a sabedoria do corpo. Que me diz que tudo será melhor quando feito com cabeça. Mas ouvindo o coração. Iniciar 2019 é marcar o (re)começo da mudança. É saber que daqui por um ano nada será igual. E isso ser tão, mas tão bom :)

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