somos imensos. tantos que nunca os chegaremos a saber nomear. tão intensos que jamais os poderemos conhecer o bastante. saberemos sequer vivê-los? haverá, em cada um de nós, coragem suficiente para sentir na pele tudo o que trazemos cá dentro? não o mundo que nos rodeia, para isso basta partir à aventura, sem rumo. mas e sentir o que trazemos na alma? haverá força que chegue para nos virarmos do avesso?
sou imensa. muito mais do que poderia sequer imaginar. abrir a caixa de pandora é descobrir outro mundo. faces desconhecidas. algumas enormes, cheias de força. daquela que insistimos em esquecer que temos. e outras tantas assustadoras. cheias de uma raiva que nunca ousamos mostrar. ou congeladas num medo. esse tal que me tem mantido presa ao chão. privando os sentidos. privando outras emoções. ano após ano. numa luta constante pela sobrevivência. haverá sequer vida além do medo? ou o que se esconderá além desta esperança?
depois do silêncio voltaram as questões. ultrapassado o choque veio a urgência. a necessidade de avançar. ainda a passos curtos. lentos. mas seguros. não me lembro aliás de alguma vez ter experimentado esta segurança. pela primeira vez tudo parece óbvio. todos os caminhos haviam de me trazer aqui. e o destino é tido como certo. no seu tempo.